"A saga de Zé Ruela e o enfezamento de Roseta"
Amâncio Paixão
O Zé Ruela é um sujeito
Que nem dá pra acreditar
Um tipo que foi fabricado
Num dia de muito azar
Que Deus botou nesse mundo
Pra da nossa cara zoar
É um tipo magro, mirrado
E até um tanto cabeçudo
Dono de uma cara chupada
Se gaba em ser narigudo
Na testa, um redemoinho
Mas isso ainda não é tudo
Tem o peito meio encovado
Anda todo desengonçado
Na boca sempre um palito
Rolando pra todo lado
No bolso traseiro, um pente
Pra deixar o cabelo ajeitado
Quando fala do nariz
Fala com muita convicção
Que quando chegar a velhice
Não vai lhe deixar na mão
Pois quando tudo estiver caído
Vai ser a sua salvação
E quem vê o tipo falando
Pensa que é um grande pegador
Mas sem jeito com as mulheres
Nunca conheceu o amor
Se alimenta de fantasia
E não passa de um sonhador
E por aí vai...