O texto é uma livre adaptação do conto homônimo da escritora neozelandesa Katherine Mansfield, e narra a história de três crianças de uma família tradicional e conservadora, que recebem de presente uma casa de bonecas. O espetáculo propõe uma reflexão acerca da desigualdade social, que atinge, miseravelmente, as crianças mais pobres.

O espetáculo retrata, de forma contundente, o complexo universo das mulheres, no período da adolescência. Assujeitadas pela idade, as jovens expõem os seus momentos de angústia e solidão, onde os pensamentos, ideias, vontades e sentimentos são sublimados. Como que aprisionadas num labirinto, elas seguem lutando, silenciosas e amarguradas, à procura de uma possível fresta.

“Anima”, em latim, significa “alma”. Não alma no sentido religioso, mas alma no sentido de animar um corpo ou matéria inerte. Assim sendo, o espetáculo apresenta um conjunto de cenas com “formas animadas”, envolvendo animação de mãos, tecidos, objetos, figuras e também máscaras. A temática recai sobre o chamado realismo grotesco, envolvendo a escatologia, o duplo sentido, o politicamente incorreto e toda espécie de baixeza criada pelo próprio ser humano.